quinta-feira, 24 de março de 2011

A DEMISSÃO DE SÓCRATES

Sócrates demite-se e com isso ganha pontos políticos a médio prazo.
Como?
A oposição, principalmente o PSD, não soube e assim não conseguiu fazer passar para a opinião pública o que realmente os levou a não contribuir para a votação do tal já muito famoso PEC IV.
Não souberam frisar que o verdadeiro problema não estava no PEC IV mas sim neste PEC IV. E as diferenças são importantes.
As medidas avançadas deste PEC apenas dão continuidade aos PECs anteriores e como os outros, só contribuiriam para incrementar a queda deste país no abismo em já que foi lançado.
As suas propostas não apoiam um renascimento económico do país mas, pelo contrário, apenas contribuem para dar continuidade ao incremento de falências das empresas, maior desemprego e aumento da pobreza.
Se são necessárias mais medidas de restrição das despesas, porque serão sempre os mesmos a contribuir para tal? Estes (nós), já carregamos com os três PECs anteriores e seria no mínimo mais que justo que desta vez, os verdadeiros gastadores fizessem a sua contribuição.
É aqui que está o cerne da questão. Que não paguem sempre os justos pelos pecadores.
E onde estão os verdadeiros gastadores? O governo sabe mas, como são todos amigos, são propositadamente escondidos e esquecidos.

Sócrates demitiu-se e haverá um novo governo (PSD ou uma coligação?) e este terá que avançar com medidas de restrição e quais serão?
Será que vão ter a coragem que o PS não teve?

Sócrates afirma que está a fazer tudo para que Portugal não precise de pedir ajuda externa apesar de já terem sido injectados várias dezenas de milhares de milhões de euros do BCE. Vangloria-se de que nos tem defendido do papão FMI mas o que é BCE senão um dos tentáculos do FMI?

Esta crise política será uma óptima oportunidade que o tal “mercado” certamente aproveitará para aumentar os juros e ganhar mais dinheiro com a desgraça dos outros. É assim que os especuladores funcionam.
Entretanto o novo governo não poderá fugir da obrigatoriedade da implementação de medidas restritivas que são impostas pela União Europeia.

Sócrates não deixará de tirar partido da situação e acabará por obter alguns ganhos políticos a médio prazo.

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