terça-feira, 31 de maio de 2011

GLASS-STEAGALL

Glass-Steagall (de Carter Glass e Henry B. Steagall) é uma lei de reforma do sistema bancário que obriga a separação total entre os bancos comerciais e bancos de investimento.
Esta lei foi introduzida em 1933 nos Estados Unidos durante a presidência de Roosevelt quando o país enfrentava a Grande Depressão.


Esta lei reguladora da actividade bancária foi anulada por Clinton em 1999, dando novamente oportunidade aos bancos de funcionarem livremente no mercado especulativo.

Abolida essa lei, uma instituição bancária pode funcionar em simultâneo nas áreas comercial e de investimento o que para além de constituir um verdadeiro conflito de interesses, dá oportunidade a actividades especulativas.

Assim, atrás da ganância e do dinheiro fácil, várias bolsas especulativas foram rapidamente criadas e foram crescendo ao longo dos anos acabando por começarem a estoirar em 2007.


Esta crise financeira que surgiu não tem haver com dívidas externas como nos fazem crer. Estas dívidas sempre existiram.
O problema é que os bancos, devido às suas especulações e criação de fundos sem valor, acabaram por se endividar fortemente no mercado.

A dívida foi criada pelo sistema bancário e os resgates impostos aos países servem para distribuir as dívidas bancárias pelos habitantes desses países que acabam por pagá-las através de impostos e de uma maior austeridade durante alguns anos.

Ora isto é tudo uma enorme fraude que está a ser imposta como única alternativa para salvar a economia.
Esta é uma mentira para encobrir outra mentira.

O sistema de resgates e as suas imposições não estão desenhadas para salvar a economia de um país mas sim para o afundar ainda mais até este perder toda a sua soberania e independência.

O caso da Grécia é bem elucidativo. Passado um ano do resgate, este país encontra-se em muito pior situação e vê-se obrigado a novas negociações que significam maiores imposições e até intromissões directas por parte da União Europeia.
Esta agora quer ter um envolvimento directo na cobrança de impostos e nas privatizações do país.

Finalmente muitos já começam a reagir contra estes resgates, percebendo que não se trata de uma solução mas apenas de um prolongamento de vida para um moribundo sistema monetário que vem sobrevivendo desde 2008 à custa destes resgates.

Há um apelo ao retorno da lei de Glass-Steagall a nível mundial como uma forma mais eficaz de combater este flagelo. Esta lei deveria ser aplicada primeiro nos Estados Unidos e, de seguida, espalhada por todo o mundo.


Obama tem feito tudo para evitar a reintrodução de Glass-Steagall pois iria acabar com os grandes negócios da banca.


Apesar de Glass-Steagall vir a impor medidas restritivas e reguladoras à banca, não acho que seja a verdadeira e derradeira solução para esta crise pois o problema reside no próprio sistema monetário. 
Este não precisa só de ser regulado, necessita sim de ser totalmente substituído por outro que seja realmente escudado por valores reais como o ouro e a prata.


Eles próprios sabem disso. 

Só têm que substituir o seu papel-moeda que nada vale por ouro. E como irão fazer isso?

As dívidas impostas aos vários países através dos resgates tornar-se-ão impagáveis.
O Parlamento Europeu acabou de aprovar (em 29 de Maio) que o ouro pode ser utilizado como valor de troca na união europeia.
Isto quer dizer que os países endividados poderão pagar as suas dívidas com o ouro guardado nos seus cofres e isso representa uma oportunidade para os bancos trocarem o seu papel-moeda que nada vale, por ouro.


Será que isso vai acontecer?
Observemos a Grécia. É o futuro de Portugal.

Boa vida!

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